Algumas anotações e por que não falar da OpenAI?

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Sabe aquele momento em que você está sentado, tranquilo, navegando pela internet, e de repente se depara com uma IA tentando convencer você de que ela entende seus sentimentos? Pois é, vivemos em tempos interessantes. E para entender como chegamos aqui, preciso te contar uma história que começa com – surpresa! – mais uma startup do Vale do Silício prometendo mudar o mundo.

No finalzinho de 2015, enquanto a maioria das pessoas estava preocupada com as compras de Natal, um grupo de visionários (ou seria sonhadores?) decidiu fundar a OpenAI. Entre eles estavam Sam Altman, Greg Brockman e, é claro, nosso “querido” Elon Musk – porque aparentemente gerenciar carros elétricos e foguetes não era desafio suficiente para nosso Tony Stark da vida real.

O objetivo? Nada muito ambicioso, só criar uma inteligência artificial para beneficiar toda a humanidade. Sabe como é, aquele tipo de meta que você estabelece numa segunda-feira motivado, como “vou começar a academia” ou “vou aprender mandarim”. A diferença é que eles tinham alguns bilhões de dólares para sustentar esse sonho.

A parte mais interessante (ou seria cômica?) é que a OpenAI nasceu com uma proposta verdadeiramente revolucionária no Vale do Silício: ser transparente. Imagina só, uma empresa de tecnologia prometendo compartilhar suas descobertas com o mundo! É quase como se Mark Zuckerberg prometesse respeitar nossa privacidade – ah, espera… Essa já é antiga…

Os fundadores estavam genuinamente preocupados com os riscos da IA. Afinal, depois de assistir “Exterminador do Futuro” pela décima vez, quem não ficaria? Brincadeiras à parte, eles tinham um ponto. A inteligência artificial estava (e está) se desenvolvendo mais rápido que a capacidade da sociedade de discutir suas implicações éticas. É como dar as chaves de um Ferrari para um adolescente que mal aprendeu a andar de bicicleta.

Nos primeiros anos, a OpenAI realmente tentou manter sua promessa de abertura. Era como aquele amigo que jura que vai compartilhar a receita secreta da vovó, mas aos poucos vai “esquecendo” alguns ingredientes. No início, publicavam papers, compartilhavam descobertas e até contribuíam ativamente com a comunidade científica. Uma atitude tão radical no Vale do Silício quanto usar sandálias com meias.

Em 2018, chegou o momento do primeiro filho prodígio da empresa: o GPT-1. Para quem não sabe, GPT significa “Generative Pre-trained Transformer”, ou em português claro: “uma IA que leu metade da internet e agora acha que sabe das coisas”. Era como ter um estagiário muito entusiasmado que passou a noite estudando Wikipedia: cheio de informação, nem sempre preciso, mas sempre muito confiante em suas respostas.

O GPT-1 tinha suas peculiaridades. Às vezes brilhante, às vezes confuso, era como aquele amigo que sempre tem uma opinião sobre tudo, mesmo quando claramente não faz ideia do que está falando. Mas ei, quem nunca? O modelo foi treinado com uma quantidade astronômica de dados da internet – porque quantidade é qualidade, não é mesmo? (Spoiler: não é).

Foi também em 2018 que aconteceu algo digno de uma novela corporativa: Elon Musk decidiu dar tchau. Oficialmente, ele saiu por “conflitos de interesse” com seus outros projetos. Não que gerenciar carros elétricos, foguetes espaciais e agora uma rede social seja muita coisa, não é? Talvez ele só tenha percebido que salvar a humanidade em múltiplas frentes simultaneamente era um pouco demais, mesmo para alguém que sonha em colonizar Marte.

A saída de Musk foi um daqueles momentos “pivot” que as startups tanto amam. Sabe quando você muda a descrição do LinkedIn para parecer que tudo foi planejado? Pois é. A OpenAI continuou seu caminho, mas aos poucos foi se transformando. De uma organização sem fins lucrativos focada em beneficiar toda a humanidade, ela evoluiu para… bem, uma empresa que ainda diz que quer beneficiar toda a humanidade, mas agora com um asterisco pequenino no final do contrato.

O desenvolvimento continuou a todo vapor, e cada nova versão do GPT era como uma atualização do Windows: prometia resolver todos os problemas da versão anterior, mas sempre trazia alguns bugs novos e interessantes para nos mantermos entretidos. O GPT-2 foi como o adolescente rebelde que os pais têm medo de deixar sair sozinho. Já o GPT-3 era o filho prodígio que fez faculdade em Harvard – impressionante, mas às vezes um pouco pretensioso.

E aqui estamos nós, vivendo em um mundo onde IAs escrevem poesias, criam imagens e tentam nos convencer que entendem nossos sentimentos mais profundos. A OpenAI continua sua jornada, equilibrando-se precariamente entre a inovação tecnológica e a responsabilidade ética, como um malabarista tentando equilibrar pratos enquanto anda na corda bamba.

A ironia de tudo isso? A empresa que nasceu com a missão de democratizar a IA acabou criando algumas das tecnologias mais poderosas e, digamos, “seletivamente acessíveis” do mundo. É como aquele amigo que prometeu nunca mudar depois de ficar rico, mas agora só frequenta restaurantes com estrelas Michelin.

Mas não me entenda mal: a história da OpenAI é fascinante justamente por suas contradições e reviravoltas. É um lembrete de que mesmo as melhores intenções podem tomar caminhos inesperados quando milhões de dólares entram em cena. Como dizem por aí: o caminho para a disrupção tecnológica está pavimentado de promessas de tornar o mundo um lugar melhor – e algumas rodadas de investimento.

E você, o que acha dessa jornada? Será que estamos realmente caminhando para um futuro onde as máquinas serão nossas parceiras intelectuais, ou apenas criando assistentes digitais cada vez mais sofisticados para nos ajudar a escolher qual série maratonar no fim de semana? Deixe seu comentário – desde que você não seja uma IA tentando se passar por humano. Mas se for, ei, adoraria saber como você passou no CAPTCHA!

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